quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Vietnã: revelada história de fotografia emblemática


Descobri no blog Fotojornalismo a explicação histórica da foto mais emblemática dos horrores provocados pela Guerra do Vietnã (1959-1975). A imagem foi tirada no 1º de Fevereiro de 1968 por Eddie Adams a serviço de uma grande agência de notícias. Segundo o blog, o fotógrafo captou a imagem após o massacre de 34 pessoas por vietcongues, naquela que ficou conhecida como a 'Ofensiva Tet'.

"As vítimas eram agentes da polícia nacional, familiares e o general, que conseguiu deter um dos culpados pela matança, levou o prisioneiro diante de um grupo de jornalistas, que esperavam uma conferência de imprensa sobre a captura. Porém, ao invés de um curto discurso, acabaram por assistir à execução sumária do vietcongue.

A fotografia venceu o Prémio Pulitzer em 1969, tornando-se o símbolo mais famoso da brutalidade da guerra. Ajudou ainda diversos movimentos anti-guerra e, diz-se, terá ajudado o então presidente Lyndon Johnson a não tentar outro mandato".

Um aspecto observado pelo post, e pouco conhecido pelas pessoas, é que o fotógrafo Adams sempre demonstrou um profundo sentimento de culpa pelo mal causado pela imagem do general Loan. "O general matou um vietcongue com a pistola. Eu matei o general com a minha câmara fotográfica. As fotos são a arma mais forte do mundo, mas podem mentir", observou o fotógrafo posteriormente.

Adams, após a difusão mundial da foto, recebeu da sua agência a função de continuar acompanhando o general. Uma experiência que levou o fotógrafo a mudar sua opinião sobre Loan. "Ele combatia a nossa guerra, pelo seu povo. Tinha ajudado a construir um hospital em Saigon, tinha apenas assistido ao massacre de vários dos seus colegas", observou diversas vezes Adams, que pediu, durante os anos sucessivos, diversas vezes perdão ao general e à família pelos danos causados.

"Após a queda de Saigon, o general imigrou para os Estados Unidos onde tentou abrir um restaurante no estado da Virginia. Mas, quando o seu nome foi ligado à fotografia, grupos de manifestantes começaram a protestar em frente ao restaurante, obrigando Loan a fechar o local".

Quando o general morreu em 1998, de cancro, o fotógrafo Adams enviou flores aos familiares e um bilhete - "Peço desculpas. Os meus olhos estão cheios de lágrimas".

Alberto Marques

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